Soneto da Separação

sexta-feira, 22 de março de 2013

Olá a todos :)

Em primeiro lugar quero agradecer a todos os que me têm acompanhado e pedir-vos desculpa por me ter afastado um tempinho do meu blog.Ontem foi o Dia Mundial da Poesia, e como tal vou publicar aqui um poema que li ontem  numa aula e que gostei muito :)Espero que gostem :)




Soneto de Separação

DE REPENTE do riso fêz-se o pranto
silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fêz-se espuma
E das mãos espalmadas fêz-se o espanto.

De repente da calma fêz-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fêz-se o pressentimento
E do momento imóvel fêz-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fêz-se de triste o que se fêz amante
E de sozinho o que se fêz contente.

Fêz-se do amigo próximo o distante
Fêz-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

Vinicius de Moraes, in 'O Operário em Construção'


INSPIRE-SE <3

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